OS BONS TRICOLORES

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

FOI O VINTE DE SETEMBRO. . O PRECURSOR DA LIBERDADE !!!






Dá-se início a mais uma Semana Farroupilha. É hora do bom e vélho "gauchismo" vir a tona. Um velho sentimento regionalista espalha-se por todo o estado. É explicitamente visível este sentimento em todos os municípios do Rio Grande, desde o mais velho ao mais novo cidadão gaúcho. É a hora onde maragatos e Chimangos, Gremistas e GAYlorados (quase) esquecem da rivalidade travada durante tanto tempo e vestem uma única camisa. . . levantam uma única bandeira. A alegria é generalisada, é hora de pilchar-se, tirar o pó do velho sombreiro e ir às ruas, comemorar mais uma passagem do 20 de setembro.

Mas pessoalmente dizendo - e como historiador - devo lembrar de nomes como: Bento Gonçalves - o grende general -, General Neto - o peleador -, Onofre Pires - bahhh homenzinho encardido -. Outros nem tão conhecidos como:Lucas de Oliveira, Vicente da Fontoura, Pedro Boticário, Davi Canabarro - o cômico -, Vicente Ferrer de Almeida, José Mariano de Mattos, e é claro que, jamis deixaria de lembrar de nomes como Tito Lívio Zambeccari , grande homem da academia, trouxe-nos técnicas aprimoradas e sentimentos de rebeldia, Luigi Rossetti - o jornalista -, que muito registrou de nossas pelejas por Santa Catarina na então proclamada República Juliana, de Giuseppe Garibaldi, que embora não pertencesse a carbonária, esteve envolvido em movimentos republicanos na Itália.



Sei que há muito ainda o que se discutir sobre tão afamada Revolução Farroupilha. Mas o que não se discute é o exacerbado valor imposto aos nossos grandes heróis farroupilhas, desta vez dando menos destaques aos grandes nomes gostaria de citar coronel Teixeira Nunes e seu corpo de Lanceiros Negros. Há os que digam que a "surpresa de Porongo", tenha sido premeditada, uma vez que a questão dos negros era um dos maiores impasses para um suposto tratado de paz. Além disso, também deveriam ser lembrados, todos os homens, anônimos, que foram réles coadjuvantes na guerra, homens sem nome, sem cavalos, pátria e pratas, mas que honrosamente foram aguerridos e bravos pela efetização da República do Rio Grande, é claro, algumas vezes para sentir-se úteis e ocupar-se com algo que fosse dar à eles um determinado estatus, mas na maioria das vezes eram convocados e iam por pura obrigação, lutar e marchar sem saber, com quem? por quem? e para que? Ainda assim, mesmo sabendo que a peleja, a fome e o minuano seriam mais inimigos do que os próprios imperiais, eles foram, lutaram, mataram, morreram. Mas eu, como historiador, prometo não deixá-los no esquecimento e, assumo aqui, a responsabilidade de resgatar a memória deste bravos e anônimos gaúchos em meus trabalhos acadêmicos.

Nasci na pampa azulada e da minha terra eu sou peão
Estampa de índio campeiro que foi criado em galpão
Gosto do cheiro do campo e do sabor do chimarrão
E de dobrar boi brabo a pealo nos dias de marcação
Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena
Pra sentir o sopro do vento esparramando a melena
Meu sistema de gaúcho é mais ou menos assim
Uso um tirador de pardo arrastando no capim
Uso uma bombacha larga com feitio do melhor pano
E um trinta ao correr da perna com palmo e meio de cano
Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena
Pra sentir o sopro do vento esparramando a melena
Crinudo que sacode arreio engancho só na paleta
Pois as esporas que eu uso tem veneno na roseta
Tenho um preparo de doma trançado com perfeição
Pra fazer qualquer ventena saber que é este peão
Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena
Pra sentir o sopro do vento esparramando a melena
O dia em que eu não puder agüentar mais o repuxo
Talvez o rio grande diga lá se foi mais um gaúcho
Mas enquanto eu tiver força laço domo e tranço ferro
E na invernada do mundo mais um rodeio eu encerro