Bom, como já passou as festa de fim de ano, começa a voltar outro sentimento com o mesmo teor de tédio. Em breve, chegará fevereiro, mês de carnaval. Vamos lá Brasil, vamos às ruas, vamos aos blocos, vamos festejar... Mas o que?
Sim, nesse momento vamos esquecer todo o nosso processo de construção social. Vamos todos vestir o abada do bloco da hipocrisia, da mediocridade. Vamos fingir (pelo menos agora), as “birrinhas” interestaduais que existe nesse país. As dos sulistas separatistas que querem se fechar para o resto do país (simplesmente por que não acha legal prestar contas á união, e sustentar vagabundos). Sem dizer o preconceito burro que alguns paulistas ainda insistem em manter contra nordestinos (ou simplesmente “baianos”, o termo tem que ser generalizado e pejorativo para dar mais ênfase), sem lembrar-se nesse momento do seguinte fato: esse povo é o que tem coragem de por a mão na massa, coisa que muito paulista não se da o trabalho, esquecem-se nesse momento que esse povo forte, valente, trabalhador e que é oprimido a maior parte do tempo foi quem realmente construiu essa metrópole. . . Herança de Bandeirantes!
Não, nada disso agora importa, vamos deixar de lado as divergências, vamos deixar os problemas do lado de fora, o que tem de mais? Retornaremos à eles na quarta-feira depois do arrastão da Ivete Sangalo E Carlinhos Brown. OPA! É possível, nesse momento, observarmos Gaúchos, Paulistas, Mineiros, Cariocas. . . Por fim, todo o povo “tupiniquim” atrás do trio-elétrico conduzido por baianos (abaixo a ironia). Baiano, oh povo alegre, feliz, festeiro, fazem um carnaval como ninguém, mas que depois da quarta-feira de cinzas voltam a serem considerados como “vagabundos”, “escora da sociedade”.
Mas não se preocupem, são só quatro dias, depois tudo volta ao normal. Comemorem (pelo menos arrumem um bom motivo antes), vamos respirar outra vez os ares desse falso nacionalismo que é muito comum nessa época, e é claro, sem contar na copa do mundo, onde, jocosamente, somos denominados “a pátria de chuteiras” (e que nem pra isso esse povo tem competência, é fato!).
Criticam a economia dizendo que o resto do mundo cresce mais do que o Brasil. Mas não pagam impostos por preferirem o DVD pirata. Compram uma marca Francesa sem ao menos se dar ao trabalho de saber que é fabricada no Brasil. Inflam o peito dizendo que tomam “coffe brake”, ou o capuccino, é muito mais bonito que tomar o nosso tradicional “cafezinho”, que é plantado no nosso rico e fértil solo, colhido, torrado e moído pelas mãos de Josés, Joãos que passam fome no campo.
Por fim, o que mais temos para importar? A língua não é nossa, nem as marcas de carro, nem de roupas, nem a arquitetura! Vamos importar “intelectualidade”, por que a nossa torna-se camuflada, apagada ao sermos vistos pelo resto do mundo simplesmente como o “país do carnaval”.